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DISPUTAS BURRAS!

21/05/2024

Nas redes sociais, em grupos de mensagens, nas famílias e nas organizações, é comum vermos discussões a respeito de temas como religião, política, orientação sexual e outros tópicos em que muitos se exaltam, conflitam e, pasmem, brigam a ponto de não se relacionarem mais. Já presenciou ou vivenciou essa situação?

Esses são exemplos de disputas burras, pois ninguém ganha. No âmbito político, é nítido vermos as disputas e idolatrias exacerbadas nas discussões e trocas. Se você não é do meu partido ou votou em tal político, logo, você não é uma boa pessoa ou não faz escolhas “inteligentes” como as minhas. Daí por diante, seguem-se agressões, invenções e miopia – tudo junto e misturado. Obviamente, precisamos, como cidadãos, participar, cobrar e fazer algo que não dependa apenas de figuras públicas. No entanto, um efeito colateral preocupante dessa polarização é que muitas pessoas acabam se silenciando. Com medo das reações extremadas e das consequências de se posicionar, preferem não expressar suas opiniões. Esse medo de se envolver em disputas burras leva ao silêncio de vozes diversas e necessárias para o desenvolvimento de um diálogo social mais profundo e rico. O resultado é uma sociedade onde o debate é dominado pelos extremos, enquanto a maioria permanece calada, frustrada e excluída do processo de construção de soluções coletivas – nas empresas essa realidade também é uma constante.

Quer exemplo de disputa burra? Basta observar alguns casos de divórcio, onde dois adultos brigam incessantemente e, no final, quem perde são os filhos. As crianças, que deveriam ser protegidas e cuidadas, acabam se tornando vítimas das disputas dos pais, sofrendo emocionalmente com a separação e com o ambiente hostil ao qual são expostas. Da mesma forma, nas empresas, quando disputas internas eclodem, todos os setores sofrem e alguém ainda paga essa conta. A produtividade cai, o clima é abalado e, muitas vezes, projetos importantes são comprometidos, afetando o desempenho e os resultados, sem contar a experiência do cliente, que com certeza sofre as consequências.

Mas afinal, o que fazer com esse cenário? Como aprender com as disputas burras que invadem famílias e organizações? É possível aprender com elas? Minimizá-las? Em minha humilde opinião – e não, não vou deixar de me posicionar, esse já é um bom exercício – desde que saibamos digerir e respeitar opiniões diversas das nossas. É essencial que aprendamos a desenvolver empatia, saber escolher nossas batalhas, comunicar-se de maneira assertiva e aprender a ouvir. Essas são habilidades fundamentais nesse processo. Ao invés de nos calarmos por medo das polaridades, devemos encontrar maneiras não violentas de expressar nossas opiniões de forma respeitosa e aberta ao diálogo. O convite é que possamos substituir disputas burras por diálogos construtivos, que contribuam para o desenvolvimento de soluções mais abrangentes e eficazes, fomentando inclusive a criatividade e a inovação, pois as pessoas se sentem seguras para expressar suas opiniões sem medo de retaliação.

As disputas burras, embora comuns, são altamente prejudiciais e improdutivas. Enquanto você continua entrópico e cegamente apaixonado por suas verdades absolutas, você se mostra indisponível para minimamente pensar com outras lentes e perspectivas e assim, torna-se alvo fácil para viver com um pensamento de manada, facilitando a manipulação por parte de quem ganha com o simples fato de que, quanto maior for a polarização, uma minoria continua ditando regras e declarando verdades – que às vezes não são burras, são apenas mínimas e tudo o que você acha e pensa não passa de percepções e convicções. Cuidado, isso todos temos. Pense nisso e, por favor, já use este artigo para o exercício de não concordar sem desrespeitar.

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